Aquisição x aprendizagem

Já se perguntou porque uma pessoa que nem sabe ler ou escrever sabe falar seu idioma nativo sem ter estudado regras de gramática?

Quem é Stephen D. Krashen?

Stephen D. Krashen é um linguista e educador americano renomado, mais conhecido por suas teorias sobre aquisição de segunda língua e aprendizagem de linguagem. Sua teoria é composta por vários componentes fundamentais, que ele desenvolveu ao longo das décadas de 1970 e 1980.

A teoria de aprendizagem de Stephen D. Krashen

Ele descobriu que o principal motivo pelo qual as pessoas não conseguem chegar a fluência de um idioma mesmo estudando por anos é porque tentam aprender a língua ao invés de adquiri-la.

Aquisição x aprendizagem

Krashen distingue entre "aquisição" e "aprendizagem" de uma língua e diz que aquisição é um processo subconsciente, semelhante ao modo como as crianças aprendem sua língua materna. Ocorre quando uma pessoa está envolvida em comunicação natural, onde o foco está na mensagem e não na forma. Já aprendizagem é um processo consciente, onde os aprendizes estão cientes das regras gramaticais e se concentram na forma e na correção de erros.

De acordo com Krashen, a aquisição de uma segunda língua segue uma ordem natural que é diferente daquela ensinada nas escolas e pode ser prevista. Embora essa ordem se pareça com a sequência em que as crianças aprendem sua língua nativa, ela não é exatamente a mesma. Algumas estruturas gramaticais são adquiridas mais cedo, enquanto outras são aprendidas mais tarde. No entanto, essa ordem não é determinada pela complexidade dessas estruturas.

Hipótese do Input

“Como nós podemos compreender língua que contém estruturas que nós ainda não adquirimos?”

Para que ocorra a aquisição de uma língua, é necessário que novas informações linguísticas sejam recebidas e compreendidas. Dessa forma, o input, ou seja, a informação linguística recebida, deve seguir a fórmula i + 1, onde i representa o nível atual do "adquirente" e 1 corresponde a novos dados que vão um pouco além desse conhecimento.

Hipótese do filtro afetivo

Vários fatores são considerados nessa hipótese. Fatores emocionais e atitudinais, como motivação intrínseca, ansiedade e autoconfiança, podem influenciar significativamente a aquisição. O papel que fatores atitudinais, emocionais e ambientais desempenham na aquisição de uma língua, por meio da construção de um baixo filtro afetivo. Indivíduos autoconfiantes, motivados e em um ambiente relaxado tendem a ter um filtro afetivo baixo e atitudes positivas, o que facilita um melhor desempenho na aquisição de uma língua estrangeira. Em contraste, indivíduos desmotivados, sem autoconfiança e ansiosos em um ambiente que favorece essas atitudes negativas podem ter sua aquisição bloqueada ou estagnada em um determinado estágio.

Aprendendo de forma natural

Neste método desenvolvido por Krashen no final dos anos 70, o professor utiliza exclusivamente a língua alvo dentro da sala de aula. Nos estágios iniciais da aprendizagem, eram empregadas atividades de TPR (Total Physical Response), que exigem que os alunos cumpram ordens dadas pelo professor (por exemplo: Sit down, Stand up), para promover a recepção do maior volume possível de input compreensível. A função do professor era facilitar essa recepção. Os alunos não eram obrigados a falar até se sentirem preparados. "A fala deve surgir naturalmente, sem pressão do professor". Isso era conhecido como o período silencioso (Silent Period). Este aspecto foi um dos mais criticados do método, pois o período de silêncio poderia se prolongar além do necessário, sem incentivar a comunicação.

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