Fordlândia - um pedaço dos EUA no Brasil
O Brasil foi o líder mundial em produção de borracha por um longo tempo. Em 1800, a borracha era vendida por muitos pequenos produtores que saíam em barcos no início da manhã, cortavam as árvores e extraíam a borracha para voltar e vender para grandes fabricantes.
Quando alguns empreendedores europeus perceberam que podiam ganhar dinheiro construindo plantações e com trabalhadores extraindo a borracha todos os dias e obtendo um enorme lucro, escravizaram nativos e montaram um cartel para que ninguém mais pudesse entrar no mercado.
Em Detroit, Henry Ford viu o que estava acontecendo. Ele precisava da borracha para mangueiras e juntas para seus automóveis, e não queria ficar à mercê desses barões da borracha.
Ford comprou um pedaço de terra do governo brasileiro que era do tamanho de Connecticut, um pequeno estado americano. Ele rapidamente incendiou a floresta, limpou-a e começou a construir sua pequena cidade no meio-oeste na Amazônia.
Ele construiu um hospital, onde todos os trabalhadores recebiam assistência médica gratuita. Também foram construídas uma instalação de tratamento de água, uma serraria, uma fábrica e uma vila americana, onde as casas foram construídas em estilo americano, com varandas e jardins. Ele queria importar um estilo de vida e ética de trabalho americanos para a Amazônia. Ford proibiu na cidade: tabaco, álcool e futebol. Obviamente, isso não foi recebido muito bem. Alguns empresários brasileiros montaram bares e bordéis fora da jurisdição.
Não demorou muito para as coisas darem errado. Quando tentaram plantar as seringueiras, plantaram-nas todas em linhas paralelas, como são plantadas outras culturas, como o milho. A questão é que as seringueiras são especialmente vulneráveis, e na Amazônia insetos, fungos e doenças se espalham facilmente.
Assim, as árvores continuavam morrendo e precisavam se replantadas a cada 5 anos. Além disso, o povo amazônico não estava se acostumado com as normas americanas de trabalho.
A seiva da seringueira deve ser retirada no início do dia, quando a borracha está na parte mais baixa do tronco. À medida que o dia passa, ela se espalha por toda a árvore e fica mais difícil de extraí-la. Henry Ford tinha o pessoal trabalhando das 9h às 17h, como em Detroit. O calor da Amazônia era tão intenso ao meio-dia, que as pessoas não podiam trabalhar, onde antes as pessoas trabalhavam pela manhã e terminavam o dia ao meio-dia.
Os trabalhadores também odiavam a comida, depois de serem alimentados com uma dieta constante de hambúrgueres e alimentos enlatados, resolveram iniciar uma greve. O tumulto foi tão grave que a administração teve que se esconder na selva e o exército brasileiro teve que entrar e acabar com a rebelião.
Décadas depois, a Ford decidiu contratar especialistas e mudou-se para uma área mais fértil, mas nessa época a borracha sintética havia sido inventada e não havia mais necessidade de borracha advinda de seringueiras.
Em 1945, o neto de Henry Ford vendeu a terra de volta ao Brasil, um valor que hoje seria em torno de US $ 245 milhões. A cidade foi abandonada com a população de apenas 90 pessoas, hoje em dia gira torno de 2.000. Os habitantes se beneficiam através do turismo - de poucas pessoas que querem conhecer a história do lugar.
Fordlândia tornou-se uma civilização americana fantasma perdida no meio da amazônia.