A Mágica do Cérebro Bilíngue

Você sabia que nosso cérebro realiza um verdadeiro malabarismo para aprender e manejar vários idiomas?

Estudar uma nova língua já é um excelente exercício mental! Podemos imaginar que o cérebro bilíngue "aumenta o volume" do idioma que está sendo usado no momento e "abaixa" o dos outros, para focar em um de cada vez. Já as pessoas que alternam ou misturam idiomas na mesma frase ou conversa precisam manter todos os idiomas no "volume máximo" ao mesmo tempo!

Aqui estão alguns aspectos interessantes sobre como funciona o cérebro de quem fala mais de uma língua:

Os idiomas têm diferentes “volumes” cognitivos.

O "volume" de cada idioma no cérebro depende de fatores como a idade em que a língua foi aprendida, a frequência com que é utilizada e o nível de proficiência.

Reduzir o volume de alguns idiomas consome mais energia mental do que outros.

Diminuir a ativação de uma língua que você usa frequentemente requer mais esforço do que suprimir outra que foi aprendida mais recentemente.

Ao utilizar uma língua nova ou menos familiar, o esforço para voltar ao idioma princ aumenta

Se o português é sua língua nativa e você aprendeu inglês, seu cérebro precisa se empenhar para inibir o português e ativar o inglês. Quando você tenta voltar ao português, ele precisa de esforço extra para reverter essa inibição! Esse pequeno atraso, muitas vezes medido em frações de segundo ao trocar de idioma, é conhecido como “custo de troca”.

O equilíbrio entre idiomas varia para cada bilíngue e para cada combinação de línguas.

O volume de cada idioma e o “custo de troca” para alternar entre eles depende da experiência pessoal com cada língua e do grau de semelhança entre elas. Por exemplo, palavras semelhantes entre línguas, como cognatos (ex: house em inglês e haus em alemão), são nomeadas mais rapidamente do que palavras sem essa relação.

O volume dos seus idiomas pode variar com o tempo.

A frequência com que usamos uma língua e o contexto em que a empregamos pode aumentar ou diminuir seu volume ao longo da vida. Por exemplo, um idioma usado frequentemente na infância pode ter seu volume reduzido se não for mais praticado, mas esse volume pode ser reacendido em outro momento, conforme a necessidade ou interesse.

Em alto e bom som

O cérebro é incrivelmente adaptável e capaz de lidar com múltiplas línguas. Pode levar algum tempo para que o volume de um novo idioma se iguale ao dos outros que você já domina, mas pesquisas mostram que, com prática e tempo, a sua mente se ajusta e se aprimora!

Referência do texto: Dr. Neil Kirk is a Lecturer in Psychology at Abertay University. He researches speakers of Minority, Indigenous, Non-standard and Dialect (MIND) varieties who don't always call themselves bilingual.

Postado em 12 de ago de 2024.

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