O “Lunfardo” pode ser definido como uma forma de falar bem argentina e bastante popular. Uma espécie de linguagem que nasceu em forma de códigos entre as classes mais baixas e que se misturou ao castelhano do portenho comum ao longo dos anos.
A formação do lunfardo teve grande influência dos imigrantes – especialmente italianos e espanhóis – que chegaram de forma massiva ao país durante a segunda metade do século XIX e o início do século XX.
Além disso, conta também com expressões e palavras de origem indígena, africana e “gauchesca” – termo utilizado para referir-se aos usos e costumes dos camponeses dedicados à atividade pecuária nas regiões do Rio da Prata, que desenvolveram ao longo dos séculos uma cultura própria e hábitos bem característicos, sendo retratados inclusive na literatura.
Seja como for, a nova forma de se comunicar misturava expressões de vários idiomas. As palavras laburar(trabalhar) e fiaca (preguiça), por exemplo, vem do cocoliche, uma espécie de gíria que misturava o espanhol com o italiano, e era falada pelos imigrantes italianos, que em muitos casos não dominavam o espanhol. Piola (esperto, astuto) vem do gauchesco. Quilombo (desordem, confusão) vem do Bantú africano, segundo o Diccionario Etimológico del Lunfardo. Morfar, que significa comer, vem do argot francês morfer (o argot seria uma espécie de lunfardo do idioma de Marcel Proust e de Simone de Beauvoir). De morfar deriva a palavra morfi (comida).
O lunfardo também toma emprestado palavras do Vesre – que é o hábito de trocar as sílabas das palavras para referir-se a determinada coisa. Sendo assim, usa-se jermu ao invés de mujer; monja, no lugar de jamón; gotan para referir-se a tango; ou garpar no lugar de dizer pagar.
Veja aqui algumas das palavras e expressões mais conhecidas do lunfardo.
Atorrante: sem-vergonha ou vagabundo, preguiçoso
Boludo: burro, imbecil (Ese tipo es un boludo!). Também serve para chamar a atenção de outra pessoa com quem se tem certo grau de intimidade (“Che, boludo, ya cenaste?).
Bondi: ônibus
Bronca: raiva
Cana: Polícia, policial
Chabón: homem (equivalente à expressão “cara”, em português)
Chamuyar/ chamullar: passar uma lábia
Chanta: pessoa de pouca credibilidade
Cheto: elegante
Chirusa: mulher vulgar
Engrupir: enganar
Faso: cigarro
Garca: pessoa inescrupulosa, que não tem problema em prejudicar os outros
Gato: prostituta
Guita: dinheiro
Groso: pessoa legal, gente boa ou que possui qualidades sobressalientes
Mina: mulher
Mango: dinheiro
Papafrita: idiota, “boludo”
Perejil: pessoa sem importância, insignificante
Pibe: garoto, menino
Posta: certo, verdadeiro, confiável
.
A próxima edição da imersão em Espanhol acontece dias 6, 7 e 8 de Dezembro de 2019. Se quiser mais informações deixa teu contato no formulário abaixo.
Postado em 03 de Sep de 2019.
Compartilhe:
Receba novidades